Análises estratégicas

Como fazer uma análise de mercado?

18-08-2023

Etapas para uma análise eficaz:

Definição do objectivo

É crucial estabelecer, desde o início, qual o propósito da análise de mercado. Pode tratar-se do lançamento de um novo produto, da entrada num novo segmento ou da avaliação do cenário competitivo. Objectivos bem definidos orientam o foco da análise.

Identificação do público-alvo

Conhecer quem são os potenciais clientes permite uma segmentação eficaz e a recolha de dados relevantes. Esta etapa sustenta toda a estratégia de comunicação e posicionamento.

Recolha de dados

A investigação pode ser feita através de entrevistas, inquéritos, observações directas ou análise de dados secundários, como estudos de mercado, relatórios sectoriais e estatísticas de fontes credíveis.

Avaliação da concorrência

É necessário estudar os principais concorrentes, directos e indirectos. Esta análise inclui os seus produtos, preços, posicionamento, estratégias de comunicação e presença no mercado.

Análise do comportamento do consumidor

Compreender as motivações, preferências e hábitos de compra dos consumidores permite antecipar necessidades e ajustar a proposta de valor.

Análise SWOT

A análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças oferece uma visão integrada da posição competitiva da marca.

Análise PESTEL

Identifica os factores políticos, económicos, sociais, tecnológicos, ambientais e legais que influenciam o mercado.

Estudo de tendências e previsões

É importante acompanhar a evolução das preferências dos consumidores, das tecnologias emergentes e das regulamentações aplicáveis.

Avaliação de riscos e oportunidades

Identificar possíveis ameaças externas e áreas de potencial crescimento permite planear com maior segurança.

Análise de preços e canais de distribuição

Compreender o posicionamento de preços dos concorrentes e os canais de venda mais eficazes contribui para o sucesso da estratégia comercial.

Estudo de viabilidade

Com base nas informações recolhidas, é possível avaliar a viabilidade de determinada acção ou iniciativa estratégica.

Elaboração do relatório e definição de acções futuras

O relatório final deve ser claro, conciso e orientado para a tomada de decisões. Com base nas conclusões, estabelecem-se planos de acção que capitalizem oportunidades e mitiguem riscos.

A análise de mercado é, portanto, um processo contínuo e dinâmico. À medida que o mercado evolui, é essencial actualizar a informação para garantir decisões estratégicas eficazes e alinhadas com a realidade.

Depois de compreendido o mercado, importa olhar para dentro da organização e analisar os seus recursos, capacidades e vulnerabilidades. Para isso, a ferramenta SWOT oferece uma estrutura prática e poderosa para essa auto-avaliação.

Análise SWOT

08-09-2023 

Elementos da Análise SWOT:

Forças (Strengths)

Correspondem às vantagens internas que diferenciam positivamente a outras empresas, produtos ou serviços, como, por exemplo:

• Reconhecimento de marca
• Equipa qualificada e experiente
• Recursos financeiros estáveis
• Investimento tecnológico
• Base de dados sólida de clientes

Fraquezas (Weaknesses)

Tratam-se das limitações internas que podem comprometer o desempenho tais como:

• Orçamento limitado para marketing
• Falta de presença digital
• Dependência de fornecedores únicos
• Carência de competências estratégicas
• Posicionamento fraco no mercado

Oportunidades (Opportunities)

Referem-se a factores externos favoráveis, como:

• Crescimento do e-commerce
• Novas tendências no sector
• Possibilidade de parcerias estratégicas
• Expansão para novos mercados
• Lançamento de novas plataformas digitais

Ameaças (Threats)

Incluem riscos externos que podem comprometer os resultados, como:

• Aumento da concorrência
• Mudanças legislativas
• Evolução tecnológica rápida
• Alterações no comportamento do consumidor
• Restrições legais à recolha de dados

A análise SWOT deve ser objectiva e baseada em dados reais, complementando-se com outras ferramentas de diagnóstico. É especialmente útil na definição de objectivos estratégicos, alocação de recursos e avaliação de novas iniciativas. Apesar da sua simplicidade, continua a ser um instrumento poderoso no planeamento de qualquer marca.

Enquanto a SWOT combina factores internos e externos, a análise PESTEL foca-se exclusivamente no ambiente macro, oferecendo uma visão mais aprofundada dos factores externos que moldam o mercado..

O que são as análises PEST e a PESTEL?

11-09-2023

Factores PESTEL:

Político

Inclui aspectos como estabilidade governamental, políticas fiscais, regulamentação, leis laborais e ambiente político nacional ou internacional.

Económico

Refere-se a variáveis como taxa de crescimento económico, inflação, taxas de juro, câmbio, desemprego e poder de compra dos consumidores.

Social

Abrange tendências culturais e comportamentais, como demografia, valores sociais, estilo de vida, educação e mudanças no comportamento do consumidor.

Tecnológico

Foca-se em inovações, investimentos em I&D, automação, adopção tecnológica e evolução digital.

Ambiental

Considera questões relacionadas com sustentabilidade, regulamentações ambientais, consciência ecológica e impacto ambiental das operações.

Legal

Inclui a legislação que regula o sector, como leis de concorrência, normas de segurança, leis laborais e regras relativas à protecção de dados.

Aplicabilidade: Estas análises são particularmente úteis para antecipar mudanças e adaptar estratégias de forma proactiva. Combinadas com outras ferramentas, como a SWOT, oferecem uma perspectiva estratégica global, ajudando as organizações a posicionarem-se de forma mais resiliente e competitiva.

Outras ferramentas de análise estratégica:
Explorar o contexto competitivo com maior profundidade.

16-09-2025

Para além da análise SWOT e da análise PESTEL, existem outras ferramentas que permitem aprofundar a leitura estratégica de um sector. Estas abordagens ajudam a entender melhor o comportamento da concorrência, os espaços de posicionamento disponíveis e a forma como as organizações podem antecipar movimentos do mercado. A seguir, exploram-se quatro dessas ferramentas: as 5 Forças de Porter, o Mapa de Posicionamento Competitivo, o Benchmarking Estratégico e a Construção de Cenários.

Análise das 5 Forças de Porter:
Avaliar o sector e a sua dinâmica competitiva

A Análise das 5 Forças de Porter, desenvolvida por Michael Porter, é uma ferramenta que permite compreender o grau de atractividade de um sector, analisando as principais forças que moldam o ambiente competitivo. Ao identificar os factores que influenciam a rentabilidade de um mercado, esta análise apoia as organizações na definição de estratégias mais eficazes de posicionamento.

As cinco forças são:

Rivalidade entre concorrentes existentes

Mede a intensidade da competição directa. Uma rivalidade elevada pode pressionar os preços e reduzir margens de lucro.

Poder de negociação dos clientes

Avalia a capacidade dos consumidores influenciarem preços, condições ou exigirem maior valor. Um elevado poder dos clientes torna o ambiente mais exigente para as marcas.

Poder de negociação dos fornecedores

Refere-se ao grau de influência que os fornecedores têm sobre os custos e a disponibilidade de matérias-primas ou serviços. Fornecedores fortes podem limitar a flexibilidade das empresas.

Ameaça de novos concorrentes

Analisa o quão fácil é para novas empresas entrarem no sector. Barreiras à entrada elevadas (como tecnologia, capital ou regulação) diminuem esta ameaça.

Ameaça de produtos ou serviços substitutos

Considera a possibilidade de os consumidores optarem por alternativas. Mercados com muitos substitutos tendem a ser mais voláteis.

Ao mapear estas forças, a organização consegue identificar vulnerabilidades e oportunidades estratégicas para reforçar a sua posição no sector.

Mapa de posicionamento competitivo:
Visualizar o espaço da marca no mercado

O Mapa de Posicionamento Competitivo é uma ferramenta gráfica que ajuda a perceber como diferentes marcas se distribuem num determinado mercado, com base em critérios relevantes para os consumidores — como preço vs. qualidade, inovação vs. tradição, ou exclusividade vs. acessibilidade.

É composto por dois eixos, escolhidos consoante os atributos mais significativos do sector.

As marcas são colocadas no gráfico de acordo com dados de mercado ou percepções dos consumidores.

A análise permite observar zonas saturadas, identificar nichos ainda pouco explorados ou sinalizar incoerências na percepção da própria marca.

Esta ferramenta é particularmente útil para decisões de branding, reposicionamento e definição de proposta de valor.

Benchmarking estratégico:
Aprender com quem faz bem

O Benchmarking é o processo de observação sistemática de outras organizações para identificar práticas de excelência que possam ser adaptadas e implementadas internamente. No contexto estratégico, vai além da comparação superficial e foca-se na compreensão de como essas práticas geram resultados concretos.

Existem vários tipos de benchmarking:

• Interno entre departamentos ou unidades da mesma organização.

• Competitivo – com concorrentes directos.
• Funcional – com empresas de sectores distintos, mas com processos semelhantes.
• Genérico – com base nas melhores práticas, independentemente do sector.

Ao inspirar-se em quem faz melhor, a organização pode acelerar processos de melhoria contínua, aumentar a eficiência e fomentar inovação sem partir do zero.

Construção de cenários estratégicos:
Antecipar o futuro para decidir melhor no presente

A Construção de Cenários Estratégicos é uma ferramenta que permite às organizações prepararem-se para diferentes futuros possíveis, sobretudo em ambientes de grande incerteza. Em vez de planearem com base numa única previsão, criam-se múltiplos cenários que combinam variáveis como fatores económicos, tecnológicos, sociais ou políticos.

Cada cenário:

• Representa uma realidade plausível, mas distinta;
• É construído com base em tendências e incertezas críticas;
• Serve como referência para testar estratégias e decisões.

Esta abordagem fortalece a resiliência da organização, melhora a sua agilidade e reduz o risco de decisões mal adaptadas a mudanças inesperadas no mercado.

Analisar para agir com estratégia

As ferramentas de análise estratégica oferecem às marcas uma base sólida para compreenderem o seu contexto, diagnosticarem problemas e identificarem oportunidades. A sua aplicação não deve ser feita de forma isolada, mas articulada, permitindo construir uma visão integrada e alinhada com os objectivos do negócio.

Ao investir tempo na análise, as marcas ganham clareza, evitam decisões impulsivas e aumentam as hipóteses de sucesso no mercado.